O que faz crescer um país?
Crescer territorialmente, só com guerra.
Crescer em desenvolvimento humano, só com capacidade inventiva, inovadora e criativa, nesse sentido.
Durante milénios, o território alargava-se com a guerra, e encurtava-se, bem entendido, porque se alguém se alarga, alguém terá de encolher-se. Esta prática subsistiu desde os tempos dos homem das cavernas até ao ciborge actual. Nos intervalos das guerras, e mesmo nos intervalos, para melhor preparar-se para elas, a espécie humana construiu e, guerreando-se, destruiu incessantemente o que outros tinham construido.
Sobrou, enquanto sobrar, o mundo em que vivemos hoje, ameaçado pela capacidade destrutiva da espécie humana, agora à beira do precipício da sua auto destruição e de todos os seres vivos na Terra. Nunca, em nenhuma época passada, a capacidade de destruição inventada pelo homem atingiu esse limite último que, quando ultrapassado, só sobrará o planeta a movimentar-se em rotação e translacção como no primeiro dia da criação do mundo.
E, no entanto, a guerra, mais intensa nuns casos, mais latente noutros, subsiste perante o sonambulismo dos povos, sobretudo dos jovens, porque são eles os mais ameaçados, que não sente nem parece pressentir as consequências de uma destruição global que, mais do que possível, é cada vez mais provável.
Putin, o novo czar da Federação Russa, domina no maior território da Terra - 17.098.246 km2, quase o dobro do Canadá com 9.984.670 km2, dos Estados Unidos da América com 9.833.517 km2, da China 9.600.00 km2, mas quer mais terra.
Em termos de índice de desenvolvimento humano, HDI, referido aqui, no último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano, a Federação Russa ocupa o 56º. lugar no ranking do PNUD.
Apesar de herdeira de uma cultura exponenciada por nomes de grandeza universal na literatura e na música, por exemplo, e de recursos naturais extensos, a Federação Russa de Putin, apresenta índices de desenvolvimento humano medíocres porque Putin, incapaz de imprimir o crescimento social económico do país, recorre à guerra para mostrar serviço e, deste modo, submeter aos seus desígnios autocráticos o povo russo, expandindo o enorme território que domina e impor aos vizinhos europeus a sua incultura.
Putin podia conter-se no imenso espaço que domina mas prefere a guerra.
Xi Jinping, ocasionalmente amigo de Putin, lidera a China conseguindo que o seu país seja aquele que registou mais mais patentes, segundo relatório da Property
Organization (WIPO), imprimindo-lhe um crescimento económico e social inimaginável há poucas décadas.
A China já era líder em anos anteriores, mas a diferença aumentou no ano passado. Ao todo, a China registou 69.610 pedidos,
contra 55.678 dos Estados Unidos, em segundo lugar. Logo atrás vem o
Japão, com 48.879 aplicações de patentes, mais que o dobro do quarto
colocado. Os escritórios localizados na Ásia continuaram a ser responsáveis por mais de dois terços da actividade de propriedade intelectual - World Intelectual Property Organization - Facts and Figures 2023
Entretanto, os EUA perdem posições relativas no pelotão do desenvolvimento tecnológico e científico, a Europa acompanha o andamento mas também perde posições para os asiáticos mais dinâmicos; vale aos norte-americanos e aos europeus livres as distâncias adquiridas anteriormente em termos de índice de desenvolvimento humano, mas a frente do pelotão está, claramente, a ceder distâncias aos concorrentes asiáticos.
Putin faz a guerra porque quer mais terra.
Chegado aqui, alguns poderão perguntar: E Netanyahu, outro obcecado com a guerra, neste caso para se manter no governo de Israel, não imita Putin?
Em certo sentido, sim. A barbárie, o ímpeto destruidor de pessoas e bens, de um é, em termos relativos, idêntica ao do outro.
Mas há diferenças imensas.
O território de Israel são apenas cerca de 20.000 km2, cercados por vizinhos que habitam enormes territórios, e que não escondem, antes proclamam a vontade de eliminar Israel do mapa.
No ranking do PNUD, Israel ocupa a 25ª. posição, imediatamente atrás do Japão.
Pelos rendimentos do petróleo e do gás, dos países árabes apenas os Emiratos Árabes Unidos (17ª posição) superam Israel.
Israel procura sobreviver, independentemente de ser Netanyahu ou outro o líder dessa defesa, e a guerra entre vizinhos só terminará quando uns e outros reconhecerem o direito a coexistirem.
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