"A proposta de comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos tem como objetivo principal lançar mais outro ataque de caráter sobre mim e sobre o Governo que liderei. Uso por isso o meu legítimo direito de defesa para responder publicamente às insinuações e acusações que vêm dos meus adversários políticos e dos seus sicários na Imprensa, tal como me tenho defendido de imputações semelhantes que o Ministério Público tem feito contra mim. Em primeiro lugar desejo afirmar perentoriamente que nunca - repito nunca - intervim junto da Administração da Caixa Geral de Depósitos para que fosse concedido qualquer crédito, nem nunca ninguém me pediu que o fizesse. Vejo para aí dito, como verdade revelada, isto é que não precisa de demonstração ou de prova, que todos os governos o fizeram. Falo por mim: no que me diz respeito isso é falso."- José Sócrates, aqui
Detido em 22 de
Novembro de 2014, há 19 meses, o sr. José Sócrates continua a aguardar
acusação.
Poderá uma Comissão
Parlamentar de Inquérito à gestão da Caixa nos últimos 12 (?) anos descobrir,
para além do que há muito tempo se sabe, a verdade que a Justiça tarda em
revelar?
Inicialmente, pensei
que sim.
Mas como o segredo bancário pode ser
invocado para impedir a transparência pública das causas dos descalabros
que colocaram a Caixa Geral de Depósitos em falência técnica - os
capitais requeridos para o reequilíbrio financeiro excedem a sua situação
líquida - não se vislumbra como poderão deputados destacados para as audições
dos eventuais implicados desbravar terrenos suspeitos mas secretamente resguardados de
investigações públicas.
Talvez fosse mais apropriado que os
senhores deputados aprovassem leis que permitissem descobrir em tempo oportuno quem, frequentemente,
assalta pela calada e protegido pelos segredos bancários ou jurídicos os
bolsos dos contribuintes portugueses.
Quererão eles incomodar-se com o
assunto?
Talvez não. O segredo é a alma
de negócios.
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