Monday, May 14, 2012

A DEMAGOGIA GREGA

Na sua coluna habitual no Público, o eurozangado ex-deputado do Bloco de Esquerda, Rui Tavares, conclui que nas eleições gregas venceu a democracia, se há caos e o país está ingovernável a culpa é dos politicos.

Que políticos?
Tavares não os nomeia mas atira-se aos políticos da União Europeia que já falam da possibilidade de a Grécia abandonar a Zona Euro e, provavelmente, sair da União Europeia. E nem uma palavra acerca da irredutibilidade do líder do bloco de esquerda grego em aceitar fazer parte de um governo de coligação com quem as instituições europeias possam dialogar.

Alexis Tsipras o líder da Syriza, a coligação de extrema esquerda, quer provocar a realização de novas eleições dentro de um mês, esperando vencê-las. E o que pretende fazer Tsipras se ganhar as eleições (muito provável) mas não conseguir a maioria (altamente provável)? Mesmo que ganhasse as eleições na segunda volta de forma a atingir a maioria no parlamento grego (altamente improvável) o que faria Tsipras?

Se fizesse o que prometeu e continua a prometer, rasgaria os compromissos assumidos com a UE e o FMI, renegaria a dívida externa, mandaria repor os cortes salariais dos funcionários públoicos e das pensões, mas manteria a Grécia na Zona Euro. Só coisas boas, portanto.

Como pagaria Tsipras tanta bondade?
Só com moeda falsa. A demagogia cessa quando cessa o crédito.
Mas, entretanto, pode fazer estoirar imeditamente a fragilizada credibilidade de Portugal, e da Irlanda, e, meditamente, de Espanha, da Itália, da Zona Euro, até.

A demagogia de Tsipras sustenta-se na chantagem. Até onde levará ou o deixarão levar essa ameaça terrorista é o que iremos saber dentro de momentos.

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