Monday, September 23, 2024

PORTUGAL AO NATURAL

O Ministério da Educação está a exigir em tribunal a uma professora de Matemática perto de 350 mil euros, depois de ter descoberto que leccionou a disciplina ao longo de mais de três décadas sem ter nunca tido habilitações que lho permitissem fazer." ..."Leccionou Matemática sem ter curso durante décadas. Estado exige-lhe 350 mil euros" ..."Torna-se co-autora de manuais escolares não só para alunos mas também para professores, alguns dos quais certificados pela Sociedade Portuguesa de Matemática, e é então que passa a contar no seu currículo com mais um mestrado, desta vez em Álgebra, Lógica e Fundamentos."

E ainda há quem considere a Matemática uma questão de solução complicada!
A esta senhora professora (ninguém pode negar que foi, e ainda é, professora) deveria ser atribuído um doutoramento "Honoris Causa" por reconhecido mérito pelos seus pares e pelos pais dos alunos que ensinou.

Houve burla qualificada da senhora professora?
Admitamos que sim.
Mas a repetida, negligência de todos quantos deveriam ter confirmado, desde a primeira admissão da candidata ao ensino, a autenticidade dos documentos que apresentou, não é menos grave, do ponto de vista dos resultados (geralmente maus) dos alunos que a burla de alguém que, afinal, parece ter demonstrado competência durante mais de três décadas.
 
A notícia não dá conta dos sucessos ou insucessos dos alunos desta professora. A avaliação de pais e pares não é irrelevante mas pode não corresponder ao resultado de avaliações independentes, que não foram, mas deveriam ter sido, feitas. 

Foi, e ainda é, por decisão do sr. Mário Nogueira, que a classe dos professores do ensino secundário, jubilosamente aceitou, que a progressão na carreira é feita com base nos anos de serviço. A apreciação do mérito não se coaduna com a forçada igualdade de competências de todos os que, por gosto ou necessidade, querem, ou aceitam, ser professores. 

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