By Karen Tumulty - Jan 1, 2024
"If Americans, knowing everything they now know about him, reelect Trump — or come close to doing so — it will be time for us all to quit lying to ourselves.
This is who we are."
Trump iniciou ontem no Iowa, ganhando na primeira etapa das primárias, a sua nomeação como candidato às eleições presidenciais em 8 de novembro deste ano. Pelas sondagens e receios se antevê que ganhará a nomeação pelos republicanos e será pela segunda vez eleito presidente dos EUA.
Há sete anos, quando Hillary Clinton defrontou Trump para as presidenciais em 2016, a candidata democrata afirmou que metade dos apoiantes de Trump eram um “grupo de deploráveis”, de pessoas que são racistas, homofóbicas,
sexistas, xenófobas e islamofóbicas." Foi criticada, pediu desculpas, mas perdeu as eleições por dizer a verdade.
Porque, na verdade, quem eram, naquela altura, e continuam a ser os apoiantes de Trump?
Note-se que Hillary Clinton obteve muito mais votos que Trump (voto popular) mas menos delegados no Colégio Eleitoral por não ser o número destes, por razões do método de nomeação de delegados, proporcional ao número total de votos obtidos por cada um dos candidatos.
Já em 2004, o confronto tinha sido entre George W. Bush e John Kerry. A uma pergunta feita aos dois num frente a frente decisivo, acerca da posição de cada um deles sobre a homossexualidade, Kerry respondeu, sem hesitar, que favorecia a liberdade de opção sobre o assunto. Bush hesitou e, ao fim de algum tempo respondeu, escusando-se a responder, "não sei, a verdade é que não sei".
A filha de Dick Cheney, vice-presidente de Bush no mandato anterior, era declaradamente lésbica.
Podemos encontrar aqui algumas pistas fiáveis para a resposta a uma pergunta, intrigante para quem não conhece a realidade sociológica norte-americana. É muito saliente em todas as abordagens sobre o tema a prevalência do apoio dos cristãos evangélicos a Trump, sendo esse apoio dominante
entre os membros daquela comunidade sem diploma universitário, que o
apoiam em número muito maior que os de educação avançada.
Não sendo possível resumir os valores que pautam os comportamentos dos evangélicos norte-americanos nas suas participações em acções de apoio político, é possível, empiricamente, constatar que se colocam dos lados mais conservadores do partido republicano. Apoiaram Trump nas eleições de 2016, tudo leva a crer que Trump continuará a contar com eles nas eleições deste ano.
Quando Hillary Clinton afirmou que metade dos apoiantes eram racistas, xenófobos, sexistas, homofóbicos e islamofóbicos não estaria longe da verdade mas, ainda que depois se tenha retratado, a sua afirmação politicamente incorrecta, porque a verdade prejudica quem a assume em questões fracturantes, referia-se ao apoio dos evangélicos menos instruídos. Seriam metade? Foram decisivos.
Há una anos, discutia-se num grupo de amigos a fraca competência média dos representantes do povo português, isto é, dos deputados da Assembleia da República. A generalidade do grupo admitia que era baixa porque, embora houvesse inegavelmente algumas competências, a grande maioria era bronca.
- Mas isso é natural, argumentou um dos presentes, deputado em funções O parlamento é o espelho do país.
- É ou deve ser?
- Pelos vistos é.
1 comment:
Gostei Rui.
Grande abraço.
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