- Então, já voltou a poupa por aí?
- Já, já, esteve a cantar, um regalo durante uns dias seguidos. Cantava perto mas não sabíamos onde. Afinal estava a cantar em cima do nosso telhado. Tiro uma fotografia, não tiro porque a posso espantar. Fiquei sem prova fotográfica.
Depois, apareceu por aí o gato cinzento, o preto não sabemos o que é feito dele, não tem aparecido, e deixámos de ouvir a poupa.
Teria o safado do gato deitado a luva à nossa soprano alada? Entretanto, voltaram os dias de neblina e chuva, a poupa não gosta de cantar à chuva.
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Hoje, voltou o sol.
Ouves a poupa a cantar?
Ouço. E não está longe.
Talvez esteja em cima do nosso telhado. Não estava. Estava em cima do telhado do vizinho. E, daqui, sem perigo da assustar, saquei uma foto da soprano.
E está outra do outro lado, não no telhado vizinho mas no outro atrás.
Desisti da fotografia do tenor, com o zoom do telemóvel não se conseguem fotos aquela distância. Mas para quê a foto, se a foto não regista o canto e é o canto que encanta?
2 comments:
Obrigado, Rui, pela partilha da chegada da Primavera à Beloura...
Pois é. Aqui, o silêncio é o único ruído que ouço. Da minha janela vejo horizontes, o rio, a Arrábida e Sintra ao longe. E, telhados, ruas, o aeroporto agora transformado em parqueamento de aeronaves. Tudo parece estar bloqueado em modo virtual, como se um arquitecto se detivesse a riscar novos projectos.
Aqui e ali, esvoaçam gaivotas em busca de alimento. Perto, num terreno vago, um gato esgueira-se no matagal. Veem-se matilhas de cães a levarem os donos à rua. Gente? Quase nenhuma. Pessoas em passo ritmado e com propósito. Outras, poucas, entregam-se às esquecidas delicias de um curto passeio.
E poupas? Nem vê-las
Muito Obrigado, meu bom amigo pelo seu comentário, que só hoje consegui publicar.
Por aqui os dias alternam de sol envergonhado com céu totalmente encoberto, chuva,
dias frios com dias assim assim.
Mas todos os dias são bons desde que nos sintamos bem.
Temos de fazer por isso, o que, nos tempos que correm, requer muita resistência.
Esperemos que passe depressa com a passagem desta Primavera aflita.
Forte abraço.
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