Há três dias foi notícia a morte por doença, aos 87 anos, daquele que, enquanto foi chefe da máfia siciliana até ser condenado a 26 penas perpétuas, terá morto mais de 150 pessoas. A notícia propagou-se imediatamente por todo o mundo, sem deixar de chegar, por qualquer outro meio mediático, às 588 freguesias de Portugal onde ainda não chega internet em banda larga.
Hoje, soube-se que morreu, também na prisão, aos 83 anos, "um dos mais horríveis assassinos do mundo, que queria ser uma estrela rock e estava fascinado com a fama, e ficou inscrito na memória colectiva dos norte-americanos, e até do resto do mundo, depois de um massacre selvático em que foi assassinada a actriz Sharon Tate".
Queria ser famoso, diz a notícia.
Atingiu o objectivo com honras finais pela divulgação planetária do curriculum com foto na primeira página.
A ler ou ouvir estas, e tantas outras notícias que chamam os criminosos à ribalta, alguns ficarão a salivar, tramando massacres que os colocarão, transitória ou perduravelmente, no pódio da fama.
Dos crimes dos grandes exterminadores da humanidade sempre ficou e continuará a ficar registo indelével na História, até que, eventualmente, um último exterminador acabe de vez com a espécie humana e a sua história. Até que tal aconteça, continuarão com os lugares garantidos.
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