Mr. Trump discursou ontem pela primeira vez na Assembleia Geral da ONU.
E voltou a atirar ameaças em vários sentidos: Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, Irão, acusando, de passagem, Obama de um mau negócio, mas foi o monarca ditador da Coreia do Norte (Trump alcunhou-o de Rocket Man) o principal alvo da sua incontinência verbal: "A prioridade da política externa da América é, se for necessário, a destruição da Coreia do Norte", o mesmo é dizer, um ataque nuclear que eliminará 25 milhões de pessoas.
Ouvindo isto, os representantes da Coreia do Sul e o Japão - cf. aqui - "mostraram-se nervosos e surpreendidos". E não é caso para menos. Ainda hoje, amanhã, ou daqui a uns dias, o "Rocket Man" responderá a Trump no mesmo registo e lançará mais um rocket que, eventualmente, propositadamente ou por engano*, pode cair onde Mr. Trump espera que caia para carregar no botão que "destruirá a Coreia do Norte".
Só por inconsciência do potencial das ameaças dos stocks crescentes e crescentemente dispersos do arsenal nuclear se pode pensar que, se esse potencial não for eliminado, um dia, Trump e Kim Jong-un, ou outra parelha semelhante, não eliminarão a espécie humana.
Ao lado de Trump, o Secretário-Geral António Guterres disse o que Trump queria ouvir - aumentar a eficácia da ONU, reduzindo-lhe os custos - e o que não queria: a ameaça nuclear (desde a Guerra Fria que as ansiedades globais não são tão elevadas), o terrorismo (as ameaças de mão pesada são contraproducentes), as alterações climáticas, a desigualdade e globalização injusta, a dark web (o lado negro da inovação e da tecnologia) as migrações e os refugiados.
Trump esteve ao nível a que habituou o mundo. Abaixo seria impossível.
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Correl .
"Ex-tenente-coronel Petrov tinha tudo para começar um ataque nuclear da
União Soviética contra os Estados Unidos. O ex-soldado soviético responsável por ter
impedido que o mundo entrasse numa guerra nuclear em 1983, durante a Guerra
Fria, morreu aos 77 anos. Stanislav Petrov morreu em Moscovo a 19 de maio, mas
apenas agora a sua morte foi anunciada. Petrov estava destacado no posto de comando
soviético Serpukhov 15 a 26 de setembro de 1983 quando os monitores e painéis
mostraram que os Estados Unidos acabavam de realizar um lançamento de mísseis.
Na altura o tenente-coronel com 44 anos tomou a decisão de ignorar o alerta do
sistema, que acabou por revelar-se um erro dos computadores. O ex-militar tinha todos os motivos para
alertar os superiores sobre o ataque, o que faria com que a União Soviética
retaliasse, lançando também mísseis. Isto poderia ter sido o início de uma
guerra nuclear."- aqui
2 comments:
Oh, Rui,tomas tudo à letra...Não é o Trump que ameaça a Coreia e o Japão, nem dispara e faz sobrevoar mísseis sobre esses países. E quem dispara esses mísseis também diz continuamente que está apto a destruir os EUA. Trump deu uma resposta à sua maneira, mas daí a fazer o que referes vai uma impossível distância. É que há vários modos de caçar pulgas.
Portanto, caro Rui, acho que confundes a função principal com a derivada. E a derivada não existe se não existisse a função. Há, pois, que tratar da função, que a derivada logo se adapta. Penso eu de que...
"À sua maneira", dizes tu, António.
E o gravíssimo problema é esse: "a maneira" dele. Disfuncional, de derivadas imprevisíveis.
O mundo encontra-se à mercê da força bruta de duas bestas. Hoje de manhã ouvi na rádio que a Coreia do Norte vai fazer deflagrar no Pacífico uma bomba nuclear de potência superior a qualquer outra.
No Público de hoje leio "Irão promete reforçar capacidades do país no lançamento de mísseis. Rouhani garante que Teerão não deixará de reforçar o poder militar como instrumento dissuasor.
Chegou a altura de Trump carregar no botão e destruir meio mundo e esperar que a parte que sobrar destrua o resto?
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