É geralmente admitido que o eleitorado do PCP tem demonstrado ao longo das últimas quatro décadas um grau de fidelização partidária que não tem paralelo no espectro político português. Uma adesão tão firme e perdurável só é visível em ambientes religiosos ou futebolísticos. É mais provável mudar de cônjuge que mudar de clube, dizem orgulhosamente convictos os indefectíveis clubistas e o mesmo dirão, presumo eu, os irredutíveis eleitores comunistas portugueses.
Não obstante contar o PCP com uma tão arreigada vinculação ideológica, cf. aqui, a CDU prevê gastar 1,5 milhões de euros nesta campanha eleitoral, mais meio milhão euros do que o valor orçamentado para a campanha de 2011, dos quais
. 550 mil euros em "custos
administrativos e operacionais"
. 400 mil euros em "propaganda, comunicação impressa e digital"
. 300 mil euros em "comícios, espectáculos e caravanas"
. 160 mil em "outdoors"
Por que se esforça tanto o PCP por convencer os seus convencidos? Uma razão é porque dispõe de recursos próprios superiores a qualquer outro partido, resultantes em grande parte da "Festa do Avante".
Outra, decorrerá do facto de o grau de fidelização não ser tão elevado quanto se supõe e o PCP pretender segurar os seus e aliciar outros.
"A CDU teve um resultado de 7,8% nas eleições de 2011 e a média das
sondagens até ao momento atribui 9,6% dos votos aos comunistas, o que
pode justificar o aumento da despesa (uma vez que, quanto mais votos
tiverem, mais dinheiro do Estado os partidos recebem)."
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