“Propinas no mercado
Pode parecer medida de carácter social, mas o congelamento das propinas até 2009, anunciado pelo ministro Mariano Gago, obedece apenas às leis da oferta e da procura. Com falta de alunos, as universidades têm de praticar preços de combate para não afugentar os estudantes.”
Expresso 2007-01-06
Combate a quem?
Afugentar para onde?
Os preços médios das propinas rondam os 850 euros/ano/aluno. Se a justificação do “Expresso” for válida o valor de um curso superior em Portugal anda muito por baixo. Tão baixo que não se percebe porque razão deve o Estado continuar um investir num produto cuja procura não se sustenta com um aumento por mais reduzido que seja; produto esse, por outro lado, cujo preço de custo excede várias vezes o “preço de venda” actual. A resposta a esta aparente contradição parece poder ser dada pelos resultados de um trabalho de investigação noticiados hoje no “Público”:
“As instituições de ensino superior que preenchem menos vagas, que têm médias de entrada mais baixas e menor produção científica foram as que tendencialmente mais cresceram durante as duas últimas décadas, concluiu Manuel Caldeira Cabral, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho. O estudo sobre a expansão do sistema entre 1994 e 2002 revela ainda o desfasamento criado entre a oferta e as necessidades do mercado do trabalho.”
Em conclusão: O valor de alguns cursos superiores é inequivocamente muito inferior ao seu preço de custo e o seu preço actual (propinas) reflectirá essa desvalorização. A diferença, suportada pelo OGE, é apropriada pelos agentes de ensino que sustentam as suas economias domésticas com produções que o mercado não procura.
A constatação de que são os cursos que ficam com mais vagas por preencher aqueles que mais têm crescido só pode explicar-se pela abertura de vagas em número intencionalmente excessivo, apesar da permissividade nas condições de entrada, para justificação dos meios excessivos de que as universidades em causa dispõem.
Pode parecer medida de carácter social, mas o congelamento das propinas até 2009, anunciado pelo ministro Mariano Gago, obedece apenas às leis da oferta e da procura. Com falta de alunos, as universidades têm de praticar preços de combate para não afugentar os estudantes.”
Expresso 2007-01-06
Combate a quem?
Afugentar para onde?
Os preços médios das propinas rondam os 850 euros/ano/aluno. Se a justificação do “Expresso” for válida o valor de um curso superior em Portugal anda muito por baixo. Tão baixo que não se percebe porque razão deve o Estado continuar um investir num produto cuja procura não se sustenta com um aumento por mais reduzido que seja; produto esse, por outro lado, cujo preço de custo excede várias vezes o “preço de venda” actual. A resposta a esta aparente contradição parece poder ser dada pelos resultados de um trabalho de investigação noticiados hoje no “Público”:
“As instituições de ensino superior que preenchem menos vagas, que têm médias de entrada mais baixas e menor produção científica foram as que tendencialmente mais cresceram durante as duas últimas décadas, concluiu Manuel Caldeira Cabral, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho. O estudo sobre a expansão do sistema entre 1994 e 2002 revela ainda o desfasamento criado entre a oferta e as necessidades do mercado do trabalho.”
Em conclusão: O valor de alguns cursos superiores é inequivocamente muito inferior ao seu preço de custo e o seu preço actual (propinas) reflectirá essa desvalorização. A diferença, suportada pelo OGE, é apropriada pelos agentes de ensino que sustentam as suas economias domésticas com produções que o mercado não procura.
A constatação de que são os cursos que ficam com mais vagas por preencher aqueles que mais têm crescido só pode explicar-se pela abertura de vagas em número intencionalmente excessivo, apesar da permissividade nas condições de entrada, para justificação dos meios excessivos de que as universidades em causa dispõem.
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