Wednesday, January 24, 2007

HAJA IDEIAS!

A propósito do “post” de Helena Matos no
Blasfémias
“Haja vergonha!”, coloquei o comentário seguinte:


“Não me parece que o problema da ineficiência da Justiça se resolva encostando-nos ao muro das lamentações e bradando "Haja vergonha!", como quem berra "Fora o árbitro!".
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Que fazer? é a interrogação que requer resposta urgente para impedir que todos os dias desovem broncas que bloqueiam este país.A eleição de Juízes não seria uma forma de obter mais eficiência e, portanto, mais Justiça?”

Porventura, não. Mas enquanto se mantiver a total inimputabilidade dos juízes, não se resolverá um dos principais estorvos, se não o principal, à modernização da sociedade portuguesa.

São precisas ideias que possam remover barreiras e capacidade para as colocar em movimento. Mas se ideias não surgem, importem-se. O "benchmarking" é sempre um recurso de que se aproveitam os que não lideram.
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O berro é bom para dilatar a caixa torácica mas não produz mais nada nas barreiras à mudança que impotentes ecos de retorno.


Haja vergonha!

Lendo o Acórdão percebe-se que o pai biológico declarou a 11 de Julho de 2002 que assumiria a paternidade «se, efectuados testes hematológicos, estes indicassem ser ele o pai da criança. O que veio a suceder em Fevereiro de 2003 (...) quando a menor tinha apenas um ano de vida"Mas será que lhes parece normal ter demorado sete meses, sete!!!, para apurar a paternidade biológica? E ainda escrevem sem qualquer observação que se sabem esses resultados «quando a menor tinha apenas um ano de vida»? Ou seja um ano de vida são doze meses. Mais de metade dessa vida esteve o tribunal para apurar a paternidade. E nesse entretanto era suposto que a criança, estivesse onde estivesse, fosse cuidada por quem fosse, vegetasse sem criar afectos nem gerá-los à espera que os procedimentos administrativos corressem no seu peculiar ritmo. Haja vergonha!

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