Wednesday, January 17, 2007

O MUNDO É CHATO

Comentários em

A Arte da Fuga

a propósito da visita do PR à Índia e do livro "World is Flat" de Thomas L. Friedman:


Caro AA: Também concordo consigo que se trata de uma obra que merece ser lida. Já não concordo, ou não vejo vantagem, em trazer o PR para embrulhar a questão. A discussão de ideias perde sempre com a fulanização. Uma sugestão que lhe deixo é o exercício de descortinar e discutir de que meios deve Portugal lançar mão para recuperar o tempo perdido.
Em jeito de pontapé de saída deixo-lhe uma:
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Vd pag 38 da 1ª edição (2005)"In 1997, 11,6 million employees of US companies worked from home at least part of the time. Today that number has soared to 23,5% million - 16% of American labor force.(Menwhile, the ranks of self- employed, who often work from home, have swelled during the same period - to 23,4% from 18 million)...
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É sabido que V. detesta o Estado. Eu não morro de amores por ele. Mas acho que o governo português deveria enveredar por uma política agressiva no sentido de aproveitamento das novas tecnologias e colocar muita gente a trabalhar a partir de casa.Que lhe parece?

Caro Rui, "Mas acho que o governo português deveria enveredar por uma política agressiva no sentido de aproveitamento das novas tecnologias no sentido de colocar muita gente a trabalhar a partir de casa.No futuro é possível que a maioria o faça, mas o futuro não se apressa por injecções de dinheiro ou pacotes legislativos...
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Caro António,Claro que não. Mas então o que é que acha que deve ser feito?Em um outro post, encontrei esta manhã um gráfico que mostra a evolução da utilização da Internet, evolução essa que, lamenta o "postista", não ser acompanhada em Portugal.A mim repugna-me a "choradeira" que vai por este país. Temos muitos comentadores, mas não se vêm propostas.Ora parece-me que é a discussão das ideias, a discussão de propostas, que pode levar-nos a sítio mais bem frequentado. Não a discussão de pessoas.A questão é tanto mais grave quanto é certo que, sendo os blogues da autoria de gente jovem, com algumas raras excepções, como é o meu caso, a quase totalidade limita-se a criticar, escolhendo uma via que tem destroçado este país: o derrotismo.Mesmo os liberais, repare, de quem eram esperadas propostas, limitam-se a exigir a redução do Estado (também eu!) sem avançarem com propostas concretas e a discussão das mesmas.Já reparou, certamente, na estupidez dos gastos de tempo e de gasolina, para não falar de outros, nas deslocações diárias para realizar tarefas que podiam realizar-se de outro modo?V.diz: Não se resolve com injecções de dinheiro nem com pacotes legislativos. Pois não!Mas lá está: V. diz que não se resolve. Mas não diz como se resolve.É isto que me preocupa. E repare, preocupa-me apenas por uma questão de consciência cívica. Pessoalmente já sou muito pouco afectado pelo que acontece neste país. Talvez por efeito das funções que já desempenhei, e foram muito diversificadas, sempre que topo com um problema gosto de pensar na forma de o contornar. O que constato, contudo, é que, ainda que rejeitando-o, muitos (a grande maioria) dos portugueses continua a olhar para o Estado como o santo e a senha para a resolução de tudo. E não são os mais velhos, não. Se fossem o tempo resolveria o assunto. São, lamentavelmente, os mais novos.

AA - Mas lá está: V. diz que não se resolve. Mas não diz como se resolve.
Isso porque não há "problema" a resolver, muito menos pelo Estado. Se essa é uma necessidade latente do mercado, será uma oportunidade empresarial interessante para quem nela quiser investir. O Estado não tem nada que gastar dinheiro dos contribuintes em aventuras comerciais para fomentar determinados modelos económicos da sociedade.

Rui Fonseca -
"O Estado não tem nada que gastar dinheiro dos contribuintes em aventuras comerciais para fomentar determinados modelos económicos da sociedade."
Recordo-lhe que referi os ganhos que o Estado poderia realizar (poupando-nos impostos) se reduzisse os custos de funcionamento aplicando os meios tecnológicos actualmente disponíveis. Não falei de modelos a propor ou a impor aos empresários!A questão é outra: Se não podemos livrar-nos do Estado devemos exigir que funcione eficientemente.
V. trouxe à discussão o livro de TF, a propósito da visita a Bangalore. É aí que se encontra uma das mais prestigiadas universidades técnicas do mundo, estou certo que sabe isso. Por acaso é uma universidade do Estado.Mas esse, seria outro tema.
O que me repugna é a quantidade de gente que neste país se encosta ao muro das lamentações, mas se espremermos o que fizeram, não fizeram nada em prol do que apregoam. Aposto mesmo que a maioria está dependurada no Estado. Há dias vinha este mimo no "Diário Económico":"Portugal está na cauda do pior, nem sequer na frente do pior, muito menos na cauda do melhor e sem falar da frente do melhor. Moral da história? Podia ser pior.
O autor? Um professor catedrático português.

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