Com noventa e muitos por cento de convicção de acertar, o dia de hoje passará à História do Estados Unidos da América e de todo o mundo livre, aquele onde é livre a expressão pública do pensamento, com particular destaque na História da Europa Democrática, como o DIA DO ÓDIO.
A razão da minha convicção é muito simples: sustenta-se no que afirmou, e continua recorrentemente a reafirmar, Donald Trump.
Se Trump ganha, movido pelo ódio que instilou na metade da sociedade norte-americana que o apoiou e continua apoiar, estilhaça a Europa com a entrega, para começar, da Ucrânia à voracidade sem freio de Putin.
Também ficarão estilhaçados muitos dos compromissos assumidos pelos Estados Unidos, tanto a nível interno como internacional.
Poderá, por exemplo, retirar o apoio dos Estados Unidos da América na NATO, incumprindo o artigo 5º. do Tratado? Legalmente, não pode. Mas como podem ser os Estados Unidos da América, incumpridores por vontade de Trump, obrigados a cumprir a lei?
Haverá diferenças nas consequências brutais entre uma vitória de Trump no Congresso sem maioria no Senado? Sem dúvida, mas as probabilidades dos republicanos passarem a deter maioria no Senado são muito elevadas. Também continuarão a ser muito elevadas as probabilidades do Trump manter o apoio incondicionalmente subserviente da maioria dos Juízes no Supremo Tribunal de Justiça.
Se Trump não conseguir a maioria no Congresso, o mais provável é que se repita, com consequências mais devastadoras para a democracia norte-americana, o assalto ao Capitólio, destruição física da Instituição, símbolo maior da democracia, e eliminação dos que resistirem aos facínoras comandados por Trump.
Começará então uma guerra civil por intervenção dos generais? A minha convicção não vai tão longe.
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A partir de hoje, o Aliás, que completou há dias 19 anos, só terá continuidade se merecer comentários, críticas, sugestões, correcções, de quem o lê.
Como qualquer veículo, agora só pode mover-se se tiver combustível que lhe permita avançar e boas razões para isso.
4 comments:
Gostei.
Se ajudar para o "combustível" fico contente.
Grande abraço Rui.
Obrigado, Rogério.
Grande abraço!
O teu contributo relembrou-me Camilo Castelo Branco: Os amigos, que certamente conheces mas é sempre salutar relembrar:
Os amigos
Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
- Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
Que cento e nove impávidos marotos
Parabéns, Rui. Um blog notável, o teu. E votos de uma longa vida!
Quanto ao teu post de hoje, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. A maior democracia do mundo tem modo de arranjar equilíbrios. Não lhe podemos querer dar lições, como tem sido ideia dos europeus.
Abraço
Antonio Pinho Cardão
António,
Obrigado pela tua crítica.
A democracia nos EUA ficou desequilibrada com a volta de Trump à Casa Branca dominando todos os poderes federais: o Legislativo, Câmara de Representantes e Senado, o Judicial e o Executivo.
Será um comando sem freios nas mãos de um indivíduo que, provadamente, é um semeador de ódios.
Vai estilhaçar a Europa.
Resta saber se consegue ser aquele que sobreviverá no triunvirato que governará o mundo: Trump, Putin e Li Xijimping.
A União Europeia, estilhaçada por Trump, dissolver-se-á nos ácidos corrosivos dos seus ódiozinhos de estimação.
Oxalá me engane.
Abraço
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