Sunday, September 26, 2021

POR ONDE VAI ANDAR O EMPREGO?

"A indústria é o único sector da economia que tem condições para criar emprego", escreveu o homem que foi um industrial bem sucedido, depois fez algumas incursões na política

Caiu-lhe em cima JB : " Mas que idiotice mais chapada !!!!!!
O homem continua nos finais do século XIX …."

Continuará, por esta afirmação que fez?

Transcrevo da Wikipédia, mas posso retirar conclusão idêntica de outras fontes insuspeitas: "Na Suíça, menos de 10% da população activa trabalha no sector primário, embora seja fortemente apoiado pelo governo federal. Já 40% têm profissão na área secundária da indústria, na qual se incluem produções de máquinas e metalúrgica, o têxtil e a relojoaria.

Continuam os suíços no século XIX?
Em Maio de 2012 escrevi isto?

Abstraindo-nos dos números, a que nos conduz uma reflexão acerca da trajectória do trabalho num mundo cada vez mais informático?
Que actividades humanas são mais susceptíveis de serem automatizadas, dispensando emprego? 
Os bancos, a indústria seguradora, o turismo, ou a construção civil, a metalurgia, a agricultura, a produção de software ou a de hardware? 
Há dias, num artigo publicado no Economist, perguntava-se: Por que é que os suíços estão a ser bem sucedidos nos semicondutores? Mais ou menos nesse dia ouvia-se a notícia de que a Autoeuropa estava parada por falta de semicondutores produzidos na Ásia.

Muitas projecções indicam que a grande procura de trabalho no futuro vai ocorrer em áreas da saúde, artificial intelligence, e outras requerendo qualificações científicas altamente especializadas. Muita gente não terá nem vocação nem capacidade para actividades científicas, além de que não é esperável, além do mais, que é muito mais, que a espécie humana deixa de comer, beber e andar de pópó.

2 comments:

Anonymous said...

Ilustre RF, permite-me que também eu publique o que já te escrevi em tertúlia privada...
Contrapondo, entendo que o que está em causa é a afirmação ”que só o sector industrial está em condições de criar emprego”, esquecendo a capacidade que sobretudo o “sector terciário” tem tido para empregar os trabalhadores tornados excendentários pelos ganhos de produtividade conseguidos pela automação e outros avanços da tecnologia industrial (aliás tal como aconteceu nos movimentos entre sectores primário e secundário na sequência da mecanização da agricultura).
É um processo que se aprofundará irreversivelmente a nível mundial como consequência da cada vez maior automação do processo produtivo.
Acontecerá a par de uma cada vez maior libertação da humanidade do trabalho penoso e do aumento dos tempos livres e da importância da oferta de serviços de lazer (mais uma vez sector terciário).
Outra coisa será a preocupação face à deslocação em massa das indústrias para países terceiros para exploração mais intensa da mão de obra disponível nas economias mais atrasadas, dada a vulnerabilidade e dependência estratégica que isso cria nas economias de origem.
Mas não é a isso que se refere no artigo publicado.
É um escrito com olor saudosista de outros tempos - tipo “classe operária” só a de “fato macaco” - e foi isso que provocou o meu comentário.
JB

Rui Fonseca said...


Caríssimo,

Não, por acaso, dei como exemplo a Suíça.
Onde a indústria continua vigorosa sem dependência de trabalho mal remunerado.
E a agricultura, fortemente subsidiada, mantém uma paisagem que atrai os turistas apreciadores da natureza bem aproveitada.
Quanto à progressão do aumento do trabalho no sector terciário, mantenho as minhas dúvidas. Porque são, precisamente, esses serviços mais ameaçados pela automatização.

A menos que se informatizem os serviços do sector público com aumento do número de funcionários...