Há cerca de três semanas, anotei aqui a minha tímida desconfiança sobre a consistência do anúncio do défice das contas pública de 2,1%, em 2016, o mais baixo em democracia, que nos libertaria do jugo do PDE, Procedimento por Défice Excessivo:
Na edição de ontem do ECO, a jornalista Margarida Peixoto confronta as posições contraditórias do primeiro-ministro a propósito das eventuais consequências das perdas da Caixa no défice das contas públicas. E a questão que se levanta aqui é a omissão do ministro das Finanças sobre o assunto quando anunciou o défice do ano passado. Uma omissão tanto mais grave quanto é certo que ficámos a saber na quinta-feira que os prejuízos da Caixa em 2016 ficaram aquém daqueles que tinham sido previstos pela administração anterior que preparou, apresentou e conseguiu obter a aprovação de Bruxelas para a recapitalização da Caixa sem reflexos no valor do défice, segundo foi tornado público.
Se tudo isto era conhecido, e foi tornado público, como se explica que o INE e o Eurostat só irão analisar o impacto da recapitalização da CGD no défice das contas públicas nunca antes do fim deste mês de Março? Que a oposição tenha assobiado para o ar, compreende-se, porque parte dos prejuízos acumulados também ocorreu durante os seus quatro anos de governo, mas o atraso de Bruxelas só pode explicar-se pela confusão de critérios que estão, e sempre estiveram, na origem dos incidentes financeiros que abalaram a União Europeia e, sobretudo, a Zona Euro.
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