Thursday, June 27, 2024

QUANTO TEMPO LEVARÁ A CHEGAR A REALIDADE?

Há dias, em novembro de 2023, 

"de um momento para o outro, rebentaram suspeitas de negócios chorudos acerca do hidrogénio verde, do lítio, sobretudo, do Data Center de Sines, levantadas por uma NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL - Inquérito DCIAP, divulgada pelo Gabinete de Imprensa da Procuradoria-Geral da República, datada de 7 de Novembro de 2023. Poucas horas depois era anunciada uma comunicação do Primeiro-Ministro ao País às 14 horas desse dia" - vid. aqui
.
Hoje, o ex-Primeiro-Ministro que se demitiu retirando consequências políticas do último parágrafo daquela "nota", será, muito provavelmente, nomeado Presidente do Conselho Europeu.
Entretanto, sobre os assuntos objeto daquela "nota" nada se sabe para além daquilo que os procuradores incumbidos de guardar segredo (se não eles, quem?) transmitem clandestinamente aos media com a oportunidade que lhes dá na realíssima gana.
Na União Europeia, e ainda bem, consideram que a Justiça em Portugal é uma farsa que não pode emperrar o funcionamento das suas instituições, e, para António Costa a realidade vai chegar em tempo oportuno.
Já quanto aos projectos alvo das investigações do Ministério Público (e não sei bem de mais quem) os procuradores continuam em roda livre e a senhora procuradora-geral  mantém-se fechada em copas.

Para além da nomeação de António Costa, o projecto "hidrogénio verde", parte do pacote embrulhado na "nota", suscitou-me o interesse em registar neste caderno de apontamentos um artigo publicado hoje no Washington Post - How water could be the future of fuel A new generation of fuels could power planes and ships without warming the planet.
Trata-se de um artigo extenso, ainda que, dada a complexidade do assunto - utilização do hidrogénio como combustível quase gratuito e inesgotável - não responde a muitas questões enfrentadas por quem se dedica à perseguição deste el dorado. 
 
Se os procuradores nada dizem, o certo é que também os investidores envolvidos nos projectos não têm apresentado (que se saiba) reclamações  por perdas e danos causados pela ela indolência da Justiça.
Estaremos, também neste caso, perante um equilíbrio vicioso entre a ficção e a realidade? Entre golpadas e assuntos sérios?
Estão ou não estão em causa projectos que poderão ser importantes para o país?
Suspeitam os senhores procuradores de corrupção porque, eventualmente, algum ou alguns dos investidores interessados falou com com algum ou alguns titulares de cargos com poderes de decisão ou influência?
Se não com eles, que podem decidir ou influenciar a decisão, com quem devem falar os investidores?

A Justiça, dizem, administra-se em nome do povo. 
Clandestinamente?

2 comments:

Rogério Silva said...

Gostei.
Como sempre bem escrito e a colocar o dedo nas feridas.
Abração.
Ruca.

Rogério Silva said...

Gostei.
Como sempre bem escrito e a colocar o dedo nas feridas.
Abração.
Ruca.