Estivemos lá ontem.
Tínhamos visitado aquele espaço algumas vezes; agora, que tinham passado alguns anos e as notícias prometiam, voltámos.
Voltámos e saímos desiludidos, não porque tivéssemos colocado demasiado alto as expectativas mas porque, à parte as obras da colecção Berardo (em depósito no MAC/CCB, sem que, supomos, se saiba ainda em que condições), que já conhecíamos, e da Ellipse, de que já conhecíamos alguma parte, a colecção de Teixeira de Freitas não nos pareceu merecer tanto metro quadrado de exposição;
As obras de Berlinde de Bruyckere, que ocupam muito mais metros quadrados, e merecem lugar de destaque à entrada, com um objecto que, a mim, me sugeriu o porco morto, desviscerado, pendurado de um gancho, a escorrer, a receber os visitantes.
Para quem, como eu, assistiu, enquanto jovem, a várias anuais matanças do porco, aquilo que Berlinde moldou, se não se inspirou num porco morto a escorrer, terá andado por perto.
"Se queres conhecer o teu corpo mata o teu porco"
O que Berlinde de Bruyckere nos propõe é o confronto com a arte do horrendo, o que, considerando que ontem, dia da nossa visita, era "Dia das Bruxas", fomos no dia certo.
Mas, certamente, haverá quem goste.
Merecem destaque neste caderno de apontamentos
Logo à entrada para o Museu, pela ironia que transbordam e os efeitos de multiplicação das imagens colocadas entre dois espelhos, mas também pela singeleza dos materiais utilizados (madeira, sobretudo), duas esculturas (do diabo e do anjo) de Stephan Balkenhol.
Ocasionalmente, tínhamos visto há dias, em Berlim, esculturas deste artista, em espaços públicos.
Gerhard Richter - Abstraktes Bild , 1987
A foto não pode dar a ideia da grande dimensão desta pintura de óleo sobre tela, de 1987. Que incluo apenas porque sobre o mesmo artista coloquei comentário aqui em outubro de 2012, e aqui em abril de 2015.
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