Wednesday, November 15, 2023

UM ATAQUE AOS SILOS NUCLEARES DOS ESTADOS UNIDOS PODE PROVOCAR 300 MILHÕES DE MORTES

O Aníbal  Xisto é um homem com todas as soluções.
Quando as crises aconteceram, ou venham a acontecer, de petróleo, financeiras ou do covid, o Aníbal X., afirma inteiramente convicto que no meio de qualquer crise há sempre cinco por cento que se safa; de modo que, o meu objectivo, dizia ele,  é colocar-me sempre nos tais cinco por cento.
- Mas, Aníbal. no caso de uma guerra nuclear...
- Não chega cá; estaremos sempre longe dos acontecimentos. E, mesmo nesse caso, o meu objectivo é o mesmo: estar entre os cinco por cento que se safam.
- E se não se safar nenhum no caso de uma destruição global?
- Não acredito nisso.
- Não acreditas nisso ou não queres acreditar?
- Dá no mesmo. Se ninguém se safar atingimos o zénite do justo equilíbrio.
- Justo porquê? Quem é que perde mais no caso de uma guerra nuclear com destruição total da espécie humana, de todos os seres vivos: tu ou a tua neta?
- Acho que perdemos o mesmo.
-Tu perdes muito menos. Com a idade que tens já passaste o nível de esperança vida à nascença; a tua neta ... que idade tem a tua neta?
- Qual delas? Tenho duas. Uma tem quinze a outra vinte e dois.
- No caso de destruição global a primeira perde cerca de sessenta e cinco anos, a segunda cinquenta e oito. Achas justo?
- Quer ache quer não ache não posso fazer nada para evitar isso.
- Poder podes, podemos, podemos e devemos.
- Devemos o quê?
- Alertar a juventude, que será a maior vítima de uma destruição global.
- Hum! Agora me recordo... Já tivemos esta conversa, há algum tempo...
- Tenho recaídas....
- Deves dormir mal.
- Não por isso. Quanto mais vezes insisto neste assunto sempre que as ocasiões permitam, melhor me sinto com a minha consciência, e melhor durmo. Como tu, não tenho muito a perder. Mas os meus netos, tal como os teus, como todos os netos do mundo, serão vítimas da cobarde indiferença global da geração que criou as armas de destruição global, não certamente para as exibir num museu, que nunca existirá, do holocausto global final. E nenhum político, nenhum dirigente mundial fala nisto. Nem o Papa!
- Mas no caso do Papa, eu percebo porquê.
- ...
- Deus criou o Mundo, criou a Terra, se os humanos se auto destruírem, Deus faz outros. 
- É a cobarde indiferença global.
- E não te te sentes um ingénuo no meio dessa indiferença?.
- Não, de modo algum. Um dia destes, amanhã, depois de amanhã, no próximo mês, nos próximo anos, a juventude acordará para o perigo global que ocorre e mobilizar-se-á contra a existência de arsenais nucleares.  
- Como?
- Do mesmo modo que se mobiliza contra os factores humanos das alterações climáticas.
- Não há comparação possível-
- Aparentemente, não. Até porque entre cientistas do clima no assunto há divergências de opiniões enormes. Por outro lado, são muitos, são todos os comportamentos humanos individuais que estão em jogo, são afectados, consciente ou inconscientemente, todos, cerca de oito biliões habitantes no planeta. Mas as decisões de utilização dos arsenais nucleares estão entregues a relativamente poucos indivíduos,uma centena, um milhar, não mais que uns milhares. Não resistiriam, não seriam capazes de resistir, à pressão de um movimento generalizado, global, da juventude consciente do perigo que sobre ela impende. No caso das armas nucleares quem pode demonstrar que os arsenais nucleares existentes, e a aumentar em potência destruidora, não são mais que suficientes para destruir todos os seres vivos do planeta de um momento para o outro? Quem é que pode garantir para si próprio um refúgio no núcleo dos cinco por cento que sempre se safa? Tu podes?
- Estou convencido disso. Pelo sim, pelo não, amanhã vou noutro cruzeiro.
- Vais até à Antártida? Está muito na moda.
- Não, desta vez, não. Já lá estive três vezes. Desta vez vou numa volta ao mundo. Há que aproveitar, meu caro. Já ultrapassei o meu limite de validade. E tu queres convencer-me que não estão garantidos cinco por cento de refúgio.
- E as tuas netas?
- É um problema delas, disseste tu.
....
 
 
 
 
 
 
 
 

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