Friday, February 11, 2011

O EGIPTO

está livre. De Mubarak, sim. Mas livre mesmo, se ficar, vai levar tempo.


Mubarak abandonou o poder. O Exército egípcio anunciou que vai ser o garante das reformas no país e prometeu a realização de eleições livres e justas. Nas ruas de várias cidades do Egipto milhões de pessoas festejam o fim de 30 anos do regime do faraó.

O poder está agora nas mãos dos militares.
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Quando, como e a quem o vão transferir? Não se sabe. O que se sabe é que os EUA  têm sido até agora o grande fornecedor/financiador das forças armadas egípcias, que grande parte da élite militar egípcia passou pelas academias militares norte-americanas, que a administração norte-americana quer a democracia mas não quer que o processo de democratização seja aproveitado pelos extremistas para ditarem as suas leis e instalarem outra ditadura naquele país.

A CIA dava ontem como certa a saída de Mubarak. Mas Mubarak reafirmou a sua intenção de se manter em funções até Setembro. Enganou-se ou não tinha a informação toda. A partir de agora, tudo pode acontecer. Os movimentos de massas são geralmente imprevisíveis e a confraternização na Praça Tahrir juntou no mesmo clamor grupos que dentro de pouco tempo serão temíveis rivais.

O caldeirão norte-africano estava a fumegar, agora entrou em ebulição. Do outro lado está Israel e, não muito longe dali, os poços de petróleo do golfo pérsico. Dois vizinhos inquietantes.

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