Não tinha a mínima intenção de voltar a este tema, que abordei aqui há mais de 15 anos.
Contudo, um comentário ouvido ontem na SIC Notícias suscitou-me o interesse em rever o que tinha escrito em 7 de Novembro de 2007.
Curiosamente, o que escrevi e os comentários que o meu apontamento suscitou, naquele altura, só não se mantêm actuais porque a situação no ensino secundário público piorou relativamente ao ensino secundário privado. E a questão que coloquei há 15 anos é esta: Porque passam os bons alunos do ensino secundário privado para o ensino superior público?, idêntica à levantada ontem pelo comentador da SIC Notícias.
Para o comentador, a razão da inferioridade de sucesso do sector secundário público deve-se ao facto de se subordinar aos desígnios dos sindicatos, uma subordinação que não prevalece no ensino superior público por ser este mais autónomo e independente de pressões sindicais.
Há melhor explicação para este facto resistente ao tempo?
4 comments:
O secundário público não escolhe nem pode escolher os alunos, ao passo que o privado recusa os oriundos de camadas desfavorecidas. O ensino superior público exige notas mínimas de acesso
Obrigado pelo comentário.
Contudo, não responde à questão colocada:Porque passam os bons alunos do ensino secundário privado para o ensino superior público?
Ou, dito de outro modo, porque é que os bons alunos no secundário privado não prosseguem os seus estudos (salvo algumas excepções) no ensino superior privado?
As reformas estruturais e na gestão (cientifica, financeira e administrativa, entre outras), operadas nas últimas três décadas, a abertura das escolas superiores públicas a alunos estrangeiros oriundos de países europeus, asiáticos (Coreia do Sul e China, entre outros) e africanos (PALOP). Estes trouxeram investimento e financiamento criando uma oferta de instalações (Campus), equipamentos e ferramentas, e docentes nacionais e de outras nacionalidades dotados de um nível científico, técnico e docente, satisfazendo uma procura inusitada.
Obrigado, Joaquim, pelo teu comentário.
Que explica, pelo menos em parte, o relativo sucesso do ensino superior público mas não o relativo insucesso do ensino superior privado.
Também não aborda o insucesso do ensino secundário público relativamente ao privado, que não pode ser atribuído exclusivamente ao facto dos colégios privados serem procurados e/ou aceitarem apenas quem querem. O facto de não haver prémio pelo mérito no ensino secundário público, atribuindo a todos, independentemente da sua dedicação e competência, a mesma recompensa, não suscita o crescimento do nível do ensino secundário público.
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