É BOM ACREDITAR NUM GRANDESSÍSSIMO MENTIROSO?
Não, definitivamente, não.
Putin é muito previsível; só acredita nele quem quer acreditar. Cada anúncio seu de intenções de paz é precedido, seguido, ou, mais frequentemente, em simultâneo, de ataques dirigidos à destruição de equipamentos e infraestruturas não militares e à morte de civis inocentes. Putin não muda, cada palavra sua sobre a paz lança ao mesmo tempo cargas destruidoras e assassinas, semeando o terror entre os atingidos e os que são testemunhas atentas da destruição e carnificina com que o prepotente Putin pretende alargar os seus domínios porque o território actual da Rússia é pequeno demais para as suas ambições de sufocar a liberdade que a sua mente não consente.
Hoje, invariavelmente, Putin repetiu o costume, dizendo que "a Rússia está pronta a negociar com todas as partes" quando, ao mesmo tempo, atacava a Ucrânia. Por outro lado, "Questionado se o conflito geopolítico com o Ocidente estava a aproximar-se de um nível perigoso, Putin disse: "Não creio que seja tão perigoso" - c/p aqui. - mas não pára de anunciar aos seus generais e ao mundo novos e sofisticadíssimos, palavras dele, meios bélicos com que a Rússia submeterá à força os povos que não querem ser submetidos, incluindo, se necessário aos seus intentos, as armas nucleares.
Putin nunca utilizará armas nucleares, ainda que, repetidamente tenha ameaçado fazê-lo, depois de, também repetidamente, afirmar o contrário, pensam alguns, porque, segundo eles, Putin tem família, terá alguns amigos, e sabe que ninguém escaparia com vida de um conflito nuclear global; as suas repetidas ameaças nunca passarão de acções de chantagem para amedrontar.
É preferível acreditar neste fechar de olhos à realidade do que admitir que as probabilidades de um conflito nuclear global, enquanto existir o stock nuclear bélico actual, excedem largamente as de um prolongamento interminável de um equilíbrio sustentado pelo terror?
Para mim, que já não sou nada, mesmo nada, novo, convém-me ignorar a ameaça. Como avô, continuo a pensar que é criminoso que as gerações adultas, por comodismo mental, continuem a recusar-se a fazer contas e a ocultar dos jovens os resultados.
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