Há números para todos os gostos quando se pergunta quantas fundações existem - aqui
Numa altura em que o Parlamento altera a Lei-Quadro das Fundações, um estudo promovido pelo Centro Português de Fundações defende que é “urgente” saber quantas e quais existem. “Este desconhecimento é contraproducente” e contrário à transparência.
Até porque a ideia que a sociedade civil tem das fundações não é a melhor. “Este desconhecimento é contraproducente, contrariando o espírito de transparência”, diz o estudo. Aliás, os autores lembram que a Lei-Quadro das Fundações prevê exigências em matéria de transparência, como por exemplo, a descrição do património inicial da fundação, assim como o montante de ajudas públicas que recebem. Imposições que se aplicam às fundações privadas com estatuto de utilidade pública.
Lembram também que, por definição, uma fundação não tem como objectivo gerar lucros e que, se estes existirem têm de ser reinvestidos na própria fundação, mas avisam que não é esta a ideia que a sociedade tem das mesmas. Recorrendo aos resultados de um inquérito à população sobre a visão que as pessoas têm das fundações, de Janeiro de 2021, feito pela Social Data Lab — um laboratório de produção e análise de dados —, os autores dizem que, no geral, existe uma boa opinião sobre as fundações, mas reconhecem aspectos menos positivos sobre as mesmas. As misericórdias são associadas, “com mais intensidade”, à ajuda e as fundações “à ideia de lucro”. “Como motivos para criar uma fundação, surgem, com alguma intensidade, respostas como o pagar menos impostos ou o ganhar dinheiro”, contam os autores.
Apesar das limitações quanto ao conhecimento do que são as fundações e de a sua imagem não ser a melhor, os autores concluem que o seu impacto social é superior ao que elas representam. Partindo dos dados do INE, os autores adiantam que “as fundações geram na economia portuguesa emprego, remunerações e valor acrescentado bruto em montante muito superior ao peso que têm no universo da economia social em termos de número de entidades”. “Constituindo 0,9 % das entidades da economia social, pesam 6 % no emprego (emprego a tempo completo), 7% nas remunerações e 6,9% no Valor Acrescentado Bruto desse universo”, revela o estudo. Os dados do INE, que reportam a 2016, mostram que 619 fundações da economia social empregavam 14.113 trabalhadores e pagavam 304 milhões de euros em remunerações. Os serviços sociais, a saúde e a educação são os sectores onde estão mais presentes.
No estudo foram analisados 12 fundações em concreto, entre elas a Fundação Calouste Gulbenkian, criada em 1956, com 550 trabalhadores (a que emprega um maior número de pessoas entre as 12 fundações analisadas) e com um activo total avaliado em 3,2 mil milhões de euros, o de maior dimensão entre os casos estudados.
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