Friday, May 22, 2020

PAGA E NÃO BUFA!


Ouvi ontem à noite no Eixo do Mal, dois dos quatro comentadores considerarem que o presidente do PSD estava a juntar-se ao líder do Chega nas críticas feitas na AR ao processo como foi conduzido o pagamento de mais 850 milhões de euros ao Novo Banco.
Como não tinha ouvido o que dissera Rui Rio, procurei na Internet e leio:

Novo Banco: Rui Rio considera ser o "maior crime de colarinho branco" em Portugal (RTP);   Rui Rio quer relatórios de auditorias e Costa diz-lhe para pedir ao Fundo de Resolução . Situação e salários no Novo Banco discutidos no debate quinzenal no Parlamento. Rio quer relatórios de auditorias e Costa diz-lhe para os pedir ao Fundo de Resolução (Público) ; Rui Rio denuncia "calotes" do Novo Banco e "créditos vendidos ao desbarato" O presidente do PSD, Rui Rio, considerou inadmissível que todos os anos as auditorias feitas aos balanços do Novo Banco revelem imparidades que podem ter sido "empoladas" em anos anteriores. (tvi24) ; Novo Banco: Rui Rio quer ter acesso a toda a documentação sobre as imparidades (YouTube)

O líder do Chega disse o mesmo? Não sei. 
Mas é antidemocrático que qualquer afirmação do Ventura seja remetida para um Index de inquisição democrática e ao líder do Chega garantido o monopólio da crítica mesmo quando o que Ventura afirma seja, por vezes, democraticamente, pertinente.

À tarde, tinha ouvido na rádio que, a propósito das críticas que têm sido feitas ao facto de, ao mesmo tempo que os portugueses são chamados (directa ou indirectamente, escolham o que gostarem mais) a colocarem mais 850 milhões do roto banco, que regista avultados prejuízos desde que foi desastradamente concebido, aos administradores eram atribuídos dois milhões de prémios de gestão, a administração repudia as críticas feitas e afirma que essas críticas apenas fragilizam o banco e a confiança dos seus depositantes.

Quem é que preside a esta administração ofendida? Transcrevo da wikipédia:


"... tendo iniciado o seu percurso profissional no mercado de capitais em 1985. Entre 1993 e 2003 foi Administrador de diversas instituições financeiras (Banco Pinto & Sotto Mayor, Banco Totta &  Açores e Crédito Predial Português, entre outras). Em Janeiro de 2004 foi chamado para a RAVE, para ocupar o cargo de director financeiro, tendo sido convidado em Setembro do mesmo ano pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações António Mexia para exercer o cargo de Presidente do Conselho de Administração CP. Desempenhou o cargo de Presidente da CP - Comboios de Portugal, EP entre 2004 e 2006.
O seu mandato à frente da CP ficou marcado por um clima de forte contestação social dentro da empresa, com trabalhadores e sindicatos do sector a criticar fortemente diversas decisões do Presidente. Outro marco foi a apresentação do polémico (e para alguns especialistas e quadros da empresa irrealista, já que assentava em pressupostos cujo cumprimento não dependia da CP) programa Líder 2010, com o qual António Ramalho pretendia, entre outras coisas, transformar a CP na melhor operadora ferroviária da península ibérica até 2010. O seu mandato também ficou marcado por alterações nos horários que resultaram com que os comboios da CP deixassem de funcionar tanto numa lógica de rede interligada entre si e passassem a circular mais numa lógica em que cada linha estava isolada uma da outra, o que levava à criação de mais transbordos. Assim, por exemplo, em Novembro de 2005 a CP anunciou que no mês seguinte ia acabar com os comboios entre Porto e Viana do Castelo e restringi-los ao troço entre Nine e Viana do Castelo.[2] Em Nine haveria transbordo para os comboios que circulavam entre Porto e Braga.[2] Também na mesma altura a CP anunciou alterações nos horários da Linha do Douro, que previa a extinção do Intercidades Porto–Régua e que mais comboios Regionais passassem a começar a sua marcha em Caíde (onde havia transbordo com os suburbanos Porto–Caíde) em vez de começarem diretamente na cidade do Porto.[2] Na altura, Caíde era o términus do troço eletrificado da Linha do Douro e a criação de um transbordo naquela estação rural inseriu-se numa lógica da CP de reforçar as receitas da CP Urbanos do Porto (o departamento da companhia que explorava os comboios suburbanos) em detrimento das receitas da CP Regional, evitando assim que houvesse comboios Regionais e Urbanos no troço entre Porto e Caíde.[2] Em Abril de 2006, foi divulgado que a CP ia extinguir os comboios rápidos Intercidades da Beira Alta (Lisboa–Guarda) e da Beira Baixa (Lisboa–Covilhã) e substituí-los parcialmente por Regionais entre Coimbra e Guarda e entre Entroncamento e Castelo Branco.[3] Se a medida tivesse avançado, na região Centro passariam a circular comboios rápidos somente na Linha do Norte e uma viagem entre a Covilhã e Lisboa obrigaria a pelo menos dois transbordos (em Castelo Branco e no Entroncamento).[4] A medida estava a ser preparada pelo próprio António Ramalho, mas contava com a oposição de grande parte da estrutura técnica da CP, para além de ter gerado duras críticas por parte das entidades locais das regiões afetadas.[5] Com efeito, a Governadora Civil de Castelo Branco e um deputado da Assembleia da República eleito pela Guarda contactaram o governo e divulgaram que o executivo não tinha autorizado a CP a fazer essas supressões.[5] Face à polémica, em 3 de Maio a CP divulgou um comunicado onde admitia que os Intercidades da Beira Alta e da Beira Baixa se iam manter.[6]
António Ramalho acabaria por pedir a demissão no verão de 2006, na sequência de um convite por parte da Unicre para assumir a presidência dessa mesma empresa. ...

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