Friday, January 24, 2020

A 100 SEGUNDOS DO APOCALIPSE






O Relógio do Apocalipse diz que o mundo está a 100 segundos do fim.
(Público)

"O simbólico relógio que avisa a humanidade sobre a proximidade do fim adiantou-se 20 segundos.
Nunca estivemos tão perto. As alterações climáticas e o risco nuclear são as principais ameaças.
O Relógio do Apocalipse foi acertado ontem para os 100 segundos antes da meia-noite. Isto quer dizer que, metaforicamente, o mundo está a 100 segundos do fim. Nunca estivemos tão perto do fim. A meia-noite significa a destruição total do mundo tal como o conhecemos e todos os anos os especialistas da revista Bulletin of the Atomic Scientists acertam este simbólico e icónico relógio. É um aviso dos cientistas para a humanidade e é para ser levado a sério.
O anúncio oficial foi feito por Mary Robinson, antiga Presidente da Irlanda, acompanhada de Ban Ki-moon, que foi secretário-geral das Nações Unidas, e ainda por Jerry Brown, presidente executivo do Bulletin. “Agora, qualquer segundo importa”, constataram os especialistas. “Faltam 100 segundos para a meia-noite. Estamos neste momento a mostrar o quão perto o mundo está da catástrofe em segundos — não em horas ou até minutos”, disse a presidente do Bulletin, Rachel Bronson."


Veja aqui o aviso publicado ontem no Bulletin of the Atomic Scientists

Saturday, January 04, 2020

DOIS MUSEUS



Washington DC reune no National Mall, uma alameda que desde o Capitólio se prolonga ao longo da Consitution Avenue,  uma  concentração ímpar de museus e monumentos.
Dois deles, os mais recentes, foram instalados no Mall nos últimos 15 anos: o National Museum of the American Indian em Setembro de 2004 e o The National African American History and Culture inaugurado em em Setembro de 2016 pelo Presidente Barack Obama.
Só ontem nos foi possível visitar este último.

São muito diferentes um do outro, salvo na intenção de exorcizar más memórias: no primeiro caso, do genocídio índigena, no segundo da escravatura.
No primeiro, enaltece-se tanto quanto possível a subsistência de reminescências de algumas culturas indígenas mas nenhum líder sobrou para incentivar o seu povo a reeguer-se. Foram todos mortos num tempo em que não havia nem registo de imagens nem de voz. Hollyood elevou o genocídio a uma gesta heróica.
No segundo, o homem reergue-se dos tempos da escravatura, num caminho que sobe do nível mais substerrâneo do edifício, o quinto, para o mais elevado, também o quinto, impulsionado pela luta que durou séculos até ao orgulho de ser negro.

No nível mais baixo, uma informação deprimente para quem sinta ter culpas no cartório: 5,8 milhões de negros terão sido escravizados e transportados em barcos portugueses, atingindo um recorde diabólico.
A história explica-se pelas causas e as consequências de cada momento relevante.
Recentemente, foi objecto de discussão pública a instalação de um museu da escravatura em Lisboa. Não sei em que ponto se encontra a ideia, se ficou bloqueada ou apenas supensa.
Mas é uma má ideia. Porque os pecados, se pecados houve, não se exorcizam com uma exposição pública. Aconteceram porque houve causas, e houve consequências, que só a História pode explicar a quem quiser entender. 



 Se não puder visitá-lo, veja algumas imagens aqui


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É certamente insólito que coloque aqui uma das peças menos representativas do espírito criador do museu: uma instalação a que o autor, B.K. Adams titula "Transformation "Blue Horse".

Só há uma razão: Também eu um dia pintei um burro de verde, que o professor traçou, indignado, com cruz vermelha. 
Não há burros verdes!, disse ele. Mas há. E azuis também ...
Já contei essa história lá bem para trás, que agora não consegui localizar. Ficará para mais tarde.


Thursday, January 02, 2020

ARTES


A Câmara de Matosinhos pagou 250 mil euros mais IVA por uma instalação de Cabrita Reis na marginal de Leça da Palmeira.
Título: "A Linha do Mar"



Alguém achou disparate ter o município gasto tanta massa com o obrado de C. Reis, e pinchou a obra.
Parece que, entretanto, já foi limpa.
Há algum tempo, Cabrita Reis tinha oferecido a Santo Tirso um "casinhoto feito com tijolos", conhecida popularmente como "a casa do motor"


Alguém não gostou e destruiu o casinhoto.
Comentário de Cabrita Reis à destruição da obra: "Não é vandalismo, é manifestação de criatividade de alguém que não quis deixar de se associar ao processo artístico"
Sugestão para que "A Linha do Mar" volte a ser pinchada em moto-contínuo.

Entretanto, em Belém, Palestina, no Walled Off Hotel, Banksy expôs uma nova criação sua:
"The Scar" (a cicatriz)


O furo aberto por uma bala na estrela (star) no presépio.


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Act.- 4/1

De regresso a Leça, para polemizar mais um pouco

Wednesday, January 01, 2020

FAKE NEWS MUSEUM



Aberto em 1997, o Newseum em Washington DC  não chegou a 2020, encerrou ontem. Tinha sido transferido em 2008 para instalações construídas na Pennsylvania Avenue, dotados dos meios tecnológicos mais avançados na altura, envolvendo um investimento de 450 milhões de dólares.

No mural à esquerda lê-se a transcrição do tributo constitucional à liberdade de expressão:

"Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances."

Não suportou as vicissitudes políticas da crise espoletada no ano da sua abertura e do poder agora instalado na Casa Branca.

E foi compelido a fechar portas.
Talvez mude de ramo.
Museu das fake news parece o negócio óbvio,  muito apelativo nos tempos que correm.

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A escrever este apontamento ocorre-me o nosso garboso NewsMuseum de Sintra, inaugurado, muito intencionalmente, a 25 de Abril de 2016 pelo afectuoso Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Ocupou as instalações onde anteriormente esteve exposta uma colecção particular, muito visitada, do brinquedo. Sairam os brinquedos, entraram notícias de museu. Não sei se têm mais visitas que os brinquedos. Mas podem mudar de ramo. Fake News é negócio.