Do Economist desta semana, transcrevo a parte publicada on line de um artigo sobre o fervor europeísta que assaltou parte significativa dos britânicos após o confronto com a iminência da saída do UK da UE.
Sempre se soube que, sobretudo os ingleses, ainda de ego cheio no tempo em que eram imperiais, se sentiam desconfortáveis como membros de um clube onde entrava gente de gostos duvidosos, avaliados pela bitola britânica, e, pior que tudo isso, não tinham a exclusividade do comando a bordo.
Um dia ofereceram-lhe num referendo a decidir por maioria simplicíssima, a hipótese de sair, e, entre verdades e mentiras, o sim à saída ganhou por uma unha negra.
Quem fazia contas, sobretudo em Londres, e principalmente na City, recomendava a permanência do reino britânico na UE, os outros marimbaram-se para as contas e votaram consoante lhes tocou mais ou menos o ardor nacionalista, que, entretanto, tinha crescido como cogumelos por todo o lado europeu e fora dele, esquecidos da guerra global, ateada na Europa, oitenta anos antes.
Agora o reino vai sair mas não atina com a porta de saída.
No dia em que der com ela, a saída pode funcionar como uma bomba de fragmentação: do Reino Unido e da União Europeia, onde sopram os ventos nacionalistas, a arrastar fuligem populista, racista, xenófoba, chauvinista, para gáudio do imperador Xi Jinping, do czar Putin, do inqualificável Trump.
A Catalunha, rica, não suporta pertencer ao mesmo clube frequentado pela Andaluzia pobre ou pela Galiza remediada. A Itália do Norte despreza a Itália do Sul, o Leste estende a mão ao ocidente e pisca o olho ao outro lado.
Em Portugal, os extremos políticos batem palmas, ao lado de Putin e Trump, talvez sem se dar conta, pela fragmentação da Europa.
No dia em que der com ela, a saída pode funcionar como uma bomba de fragmentação: do Reino Unido e da União Europeia, onde sopram os ventos nacionalistas, a arrastar fuligem populista, racista, xenófoba, chauvinista, para gáudio do imperador Xi Jinping, do czar Putin, do inqualificável Trump.
A Catalunha, rica, não suporta pertencer ao mesmo clube frequentado pela Andaluzia pobre ou pela Galiza remediada. A Itália do Norte despreza a Itália do Sul, o Leste estende a mão ao ocidente e pisca o olho ao outro lado.
Em Portugal, os extremos políticos batem palmas, ao lado de Putin e Trump, talvez sem se dar conta, pela fragmentação da Europa.
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BEFORE THE referendum in 2016 European Union flags were
as rare as golden eagles in Britain. Today they are as common as
sparrows. Parliament Square is permanently festooned with them. Activist
Remainers flaunt flag-themed berets and T-shirts. On
October 19th a million-strong army of People’s Vote supporters marched
on Westminster beneath a sea of gold and blue standards.
This points to one of the oddest paradoxes in this odd period in British politics. It took a vote to leave the EU to shock millions of Britons into realising how much they liked it. Britain had always been an outlier in believing that the EU
ought to be little more than a convenient trading arrangement. A couple
of Eurobarometer polls in 2015 found that the country came 28th out of
28 in terms of people’s sense of European identity and 26th in terms of
trust in European institutions. Yet today a significant section of the
population thinks that being European is essential to its identity.
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