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Recorde-se que a primeira grande
polémica em que Armando Vara esteve envolvido ocorreu há quase 20 anos, com a
famosa Fundação para a Prevenção e Segurança (FPS). Nos saudosos tempos de
Guterres, em que se abriam fundações a pontapé para esturrar dinheiro fora do
perímetro do Estado e alargar os jobs for the boys, a FPS tinha a grande
missão de pôr de pé cartazes de prevenção rodoviária. Para isso, abocanhou logo
dois milhões, uma quinta (de Santo António, na Pontinha) e um forte (de São
João da Cadaveira, no Estoril). Autores da façanha: o ministro Armando Vara e o
secretário de Estado Luís Patrão, que de caminho encheram a FPS com assessores
seus. Com as notícias da fundação a enxamearem os jornais, Vara e Patrão foram
obrigados a sair do governo, com um empurrão de Jorge Sampaio. Sobre eles,
disse o então Presidente da República: “Há comportamentos que são politicamente
inaceitáveis num Estado de Direito.”
Mas são mesmo? Em 2005, Sócrates
borrifou-se para o passado de Vara e ofereceu-lhe um lugar na administração da
CGD. E o mesmo Sampaio que impôs a sua saída em 2000 condecorou-o, em Abril de
2005, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelos serviços
prestados à pátria – condecoração essa que é agora
retirada com a sua condenação. Portugal é um país giro. Armando Vara está preso.
Falta apenas tudo o resto.
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