Sunday, August 18, 2013

PALMAS PARA ELES

Estão contadas no Correio da Manhã mas são histórias de sucesso que vale a pena ler.

Em 1974 o sector primário empregava cerca de 35% da população activa; o ano passado, cerca de 10,5%. Entretanto a população activa aumentou durante os 38 anos do intervalo cerca de 15%, quase 1 milhão de pessoas; no sector primário observou-se uma redução de 63%, cerca de 800 mil pessoas.
- vd. aqui.

A evolução no subsector agrícola, considerando o seu peso relativo, não se afastou sensivelmente do observado no sector primário. Mas foi na década anterior, caracterizada por um crescimento económico acentuado, que se observou a maior redução relativa de empregos na agricultura, quer por transferência para os sectores secundário e terciário internos, quer por emigração, principalmente para a Europa.
 
A transição observada foi dramática e, contudo, não correspondeu a uma alteração radical da estrutura dos principais factores produtivos: a terra e o trabalho. Apesar da concentração entretanto observada, da redução de unidades produtivas e do aumento da área média das explorações agrícolas, há ainda uma pulverização excessiva, tanto no sector agrícola como silvícola, de pequenas familiares unidades onde se concentram grande parte dos 486 mil empregos registados em 2012, em unidades familiares de economia de subsistência.

A agricultura, caracterizada desde sempre como uma actividade de mão de obra intensiva, é hoje uma actividade de capital intensivo e de reduzida empregabilidade onde a produtividade é elevada e os rendimentos compensadores dos investimentos realizados. Aqueles que na recente vaga de retorno à terra em consequência da crise ignorarem esta realidade regressarão ao ponto de partida desiludidos e mais pobres.

Os casos contados no Correio da Manhã merecem aplausos. Mas, assim como uma andorinha não faz a Primavera, assim nada de verdadeiramente importante acontecerá na agricultura portuguesa enquanto não for reestruturada a propriedade agrícola e silvícola de modo a garantir-lhe a dimensão mínima de competitividade. Mais uma tarefa a exigir um consenso alargado que não existe.

 

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