As notícias sobre o aproveitamento imoral, oportunista, de uma lei com boas intenções mas recheada de brechas por onde tentam escapar-se alguns foragidos da justiça, e alguns já se escaparam, para territórios desprevenidos da União Europeia e, deste modo, fixarem em Portugal bases lhes consentem continuar as suas actividades ilícitas, continuam a aparecer na imprensa para logo desaparecerem sem que se conheça a continuidade dos rastos.
De um ou outro sabe-se, ou supõe-se que se sabe que, uma vez atribuída a cidadania portuguesa, não é revogável a concessão dada e os beneficiários são livres de circular no espaço comunitário europeu depois de terem pago um óbulo, enorme para quem o recebe, insignificante para quem o paga, sem honra nem proveito para o país que lhes concede a vantagem que, na sua origem, teve, devia ter, essencialmente como objecto a compensação moral por actos iníquos praticados há séculos sobre os seus antepassados.
Há dias, mais uma notícia no Público sobre a eventual entrada de mais um desses canalhas. Chamam-lhe oligarcas, mas admito que nem todos os oligarcas são canalhas ... . Estes oligarcas, que entram para tirarem partido de uma lei com boas intenções mas, propositadamente ou distraidamente, com alçapões para eles, e quem lhes concede o bónus, retirarem proveitos e escaparem à justiça, são, inequívocamente, canalhas.
"Reino Unido sanciona mais um oligarca a aguardar a nacionalidade portuguesa -God Nisanov é um dos quatro oligarcas sancionados pelo governo de Londres. Lev Leviev, que também aguarda naturalização em Portugal, está a ser interrogado pelas autoridades israelitas por tráfico de diamantes."
God Nisanov, um dos maiores promotores imobiliários da Rússia, que está a aguardar pela naturalização portuguesa ao abrigo da “lei dos sefarditas”, é um dos alvos das novas sanções do Reino Unido contra Moscovo, em resposta aos pretensos referendos para a anexação das quatro regiões da Ucrânia ocupadas pelos russos. Em Israel, Lev Leviev, outro oligarca russo, também conhecido como o “rei dos diamantes”, que aguarda igualmente para ser português, foi interrogado pelas autoridades numa investigação de contrabando de diamantes.
“As sanções terão como alvo aqueles por trás dessas votações falsas [referendos], bem como os indivíduos que continuam a sustentar a guerra de agressão do regime russo”, justificou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, no comunicado do Governo britânico. Ao todo, estão referidas 92 entidades e personalidades, entre as quais os líderes pró-russos das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijjia e quatro oligarcas russos que entram na lista negra de Londres. God Nisanov está entre eles. - aqui