Quando chegámos, tirámos a senha no interior da loja, tínhamos oito pessoas à nossa frente na fila de espera no exterior. Pelos nossas contas, o tempo médio de espera e atendimento era de quarenta e cinco minutos.
- Está na fila lá fora uma senhora que diz ser analfabeta e não consegue saber quando é que o número da senha que tirou aparece no quadro.
- Pedi a um colega que fosse lá fora dizer-lhe que já pode entrar.
A senhora seria, pela aparência, septuagenária, talvez tivesse ido aos correios receber a pensão; pensão ou outro recebimento qualquer, percebemos que quem a atendeu, depois de demorados procedimentos, entregou-lhe dinheiro.
- A senhora não quer habilitar-se ao sorteio da Santa Casa?, perguntou a funcionária quando entregava o dinheiro.
- Não, não costumo jogar.
- Nem para a sorte grande do Natal?
- Não, não, não quero.
- E uma raspadinha?
- Uma raspadinha?
- Sim, uma raspadinha, pode ver logo quanto lhe saiu.
- Hum! Dê-me uma .... e agora como posso ver se me saiu alguma coisa?
- É fácil ... Pega-se numa moeda, ... assim, raspa-se isto aqui ...
- Quanto é que me saiu?
- Desta vez nada.
- Já sabia que não me saía nada.
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